NÃO PRECISA DE NAU.
O homem é o mar
E o mar é homem
Contempla tua alma
no mar
porque tua alma é mar
todo homem tem um mar
todo mar tem um homem
de tão profunda e
intensa
vives em guerra um com
o outro
sente no teu coração
borbulhar do teu mar homem
mergulha nele para
conhecerdes a ti
quantas imas riquezas
tem o mar?
Descubra os segredos
e de tão cioso,
guarda-os para ti
pedaço do mar
brisa altiva
tempestade tenebrosa
ondas imensas
ouves o barulho
selvagem
ouves o chamado
os gritos
de tão bem vividos que
és
vegou¹ pelas águas
mais longinquas
pelos nós escapos
aleatoriamente passou
por vária aguas
nebulosas noites
silencio calado
Oceano prateado
lua cheia artista da
madrugada
tão alvas velas
teu olhar se enamorou
de música bela
Procuraste Itaca.
Mantenha firme teu
pesamento homem
o mar é imenso,
profundo
é preciso mil vidas
para saber de todas as
direções
de todas as memoções²
Cada encontro
cada pedaço é
emocionante
Cada encontro
é se perder e se
apaixonar
tenha sempre amor pelo
mar.
O mar é teu reflexo
de reflexo é mar,
maramar, mar-a-mar...M...A...R...A...M...A
mergulhe
sinta-o
é maravilhoso
se embriague
se entregue
viva
grite
renasça
“Faça votos que a
viajem seja longa,
repleta de peripécias,
de conhecimento”
E que pelo teu caminho
passe Charles
Baudelaire
e Konstantinos Kavafis.
O mar ficara mais fundo
O mar é imenso,
desconhecido misterioso
“ Homem livre, terás
pelo mar sempre amor”
se o mar te parece
pobre
não culpe-o
culpe a si mesmo
por não saber amar
o que Deus te deu de
mais precioso
o tempo não é
bastante ocioso.
E já não se ama com
se amava antigamente.
Os navegadores precisam
aprender a navegar
como poderão descobri
o mar?
Se tiver mergulhado o
suficiente
entenderá com a alma
e não com a mente
o que este poema te da
de presente.
Caio Freitas.
1-Neologismo
do autor. Viajar vagando num velerio.
2-Neologismo
do autor. Memória com emoção
Dedico
esse poema a Eugene O'Neill, Rainer Maria Rilke, Charles Baudelaire e
Konstantinos Kavafis.