sexta-feira, 28 de junho de 2013

Poesia nasce de um ensaio, quem sabe vire cena.

NÃO PRECISA DE NAU.

O homem é o mar
E o mar é homem
Contempla tua alma
no mar
porque tua alma é mar
todo homem tem um mar
todo mar tem um homem

de tão profunda e intensa
vives em guerra um com o outro
sente no teu coração borbulhar do teu mar homem
mergulha nele para conhecerdes a ti
quantas imas riquezas tem o mar?

Descubra os segredos
e de tão cioso, guarda-os para ti
pedaço do mar
brisa altiva
tempestade tenebrosa
ondas imensas

ouves o barulho selvagem
ouves o chamado
os gritos
de tão bem vividos que és
vegou¹ pelas águas mais longinquas
pelos nós escapos
aleatoriamente passou por vária aguas
nebulosas noites
silencio calado
Oceano prateado
lua cheia artista da madrugada
tão alvas velas
teu olhar se enamorou de música bela

Procuraste Itaca.

Mantenha firme teu pesamento homem
o mar é imenso, profundo
é preciso mil vidas
para saber de todas as direções
de todas as memoções²

Cada encontro
cada pedaço é emocionante
Cada encontro
é se perder e se apaixonar
tenha sempre amor pelo mar.
O mar é teu reflexo
de reflexo é mar, maramar, mar-a-mar...M...A...R...A...M...A

mergulhe
sinta-o
é maravilhoso
se embriague
se entregue
viva
grite
renasça

“Faça votos que a viajem seja longa,
repleta de peripécias, de conhecimento”
E que pelo teu caminho
passe Charles Baudelaire
e Konstantinos Kavafis.
O mar ficara mais fundo

O mar é imenso, desconhecido misterioso
“ Homem livre, terás pelo mar sempre amor”
se o mar te parece pobre
não culpe-o
culpe a si mesmo
por não saber amar
o que Deus te deu de mais precioso
o tempo não é bastante ocioso.

E já não se ama com se amava antigamente.
Os navegadores precisam aprender a navegar
como poderão descobri o mar?

Se tiver mergulhado o suficiente
entenderá com a alma
e não com a mente
o que este poema te da de presente.

Caio Freitas.

1-Neologismo do autor. Viajar vagando num velerio.
2-Neologismo do autor. Memória com emoção

Dedico esse poema a Eugene O'Neill, Rainer Maria Rilke, Charles Baudelaire e Konstantinos Kavafis.


segunda-feira, 17 de junho de 2013

Solidão.

O que é a solidão se não um buraco que nos suga. Suga pra onde? Suga pra dentro da gente mesmo.
Solidão pode ser um ótimo exercício de auto conhecimento, de buscar o seu ser, a sua essência! A solidão é  difícil, não é feita para meninos é feita para os homens, mesmo que as vezes homens de 6 anos de idade, bom, melhor que os meninos de 30.

Eu vivo uma solidão em publico. Por mais que esteja acompanhado me sinto sozinho. É como se eu pudesse vislumbrar uma coisa que ninguém é capaz, é como se ninguém fosse o suficiente para mim. Confesso que é um sentimento prepotente, não posso controlar sentimentos, eles são irracionais e estúpidos, e tem que ser assim!os sentimentos são sem ter razão, ora tudo que é desprovido de razão também é desprovido de inteligencia, os sentimentos são o que são sem influencias da razão...evidentemente que eles amadurecem, porem continuam estúpidos. Geralmente nossas atitudes são decididas através de uma mediação entre razão e emoção. Eu ainda estou refletindo sobre o assunto. Talvez "estupido" não seja o termo adequado, mas o fato é que os sentimentos devem ser estúpidos, porque de outra forma deixamos de ser humanos.

A solidão é uma coisa difícil, as vezes parece que não tem como sobreviver a ela, mas tem, eu encontrei um meio, nós livros, na escrita, na arte. É ali que toda a minha solidão produz seus efeitos, a maioria das minhas boas ideias vem de momentos de solidão. Essa postagem mesmo vem de um momento de solidão. É complexo e gasto horas pensando nisso, horas de solidão pensando sobre solidão, parece chato, porem não é. Liberta de um monte de convenções e você passa a ser mais você mesmo.

Pena que a solidão está perdendo seu espaço nesse mundo de pessoas descoladas, que são sempre felizes e só querem estar bem todo o tempo, não aproveitam verdadeira mente as coisas e geralmente ficam na página 2 de todas as coisas. A solidão é triste e nada tem de semelhante com um comercial da coca-cola.

Você é o que é, não adianta lutar contra, a gente não escolhe determinadas coisas, solidão serve pra gente entender isso, mesmo sendo triste no final ela conduz para a plena felicidade.

Rainer Maria Rilke comenta maravilhosamente esse tema em sua póstuma epístola "Cartas a um jovem poeta".