domingo, 23 de outubro de 2011

Dilema das janelas

Dilema das janelas 

O que as pessoas vão dizer
é só o que eles vão dizer
O que as pessoas vão pensar
é só o que as pessoas vão pensar

Entre eu e você não há lugar para mais ninguém
Entre eu e você não cabe dizes
Não cabe pensam
Só cabe nosso amor
Só cabem os momentos

As pessoas me assistem
e eu não vejo
As pessoas até riem
mas eu não ouço
As pessoas existem
mas eu esqueço

No palco da vida não há lugar pra mais ninguém
Sou apenas eu comigo mesmo
Sou apenas eu vivendo a vida
Sou apenas eu sendo julgado
por não deixar o que sinto guardado
Sou apenas eu ridicularizado
por não ter medo

As pessoas se dizem perfeitas
e eu devaneio no voo da mosca
As pessoas dizem como eu devo ser
e eu fito as nuvens
As pessoas dizem que eu sou louco
eu dou risada lembrando de piadas de um homem douto

No universo não cabem palavras
não cabe a razão, só cabe a falta dela
as palavras podem mentir
a razão pode cegar
mas o seu corpo sabe falar com sinceridade
e sua sensibilidade pode te libertar a visão
e mesmo assim as pessoas falam
e só agem com a razão
a vida só é vida
quando é vivida com o coração
sem se importar com o que vem de fora
mas com o que vem do interior.

Caio Filipe Ribeiro

sábado, 15 de outubro de 2011

Olhos anímicos

Olhos anímicos

Olhos brilhantes na janela
Olhos que fitam um tipo de vida bela
Olhos que são como os da criança
Olhos que só querem brincar

Antes de vir o outro lado
vem o um muro meio amarelado
sujo e mal lavado
um muro malvado
que não me deixa ir para aquele lado

E os olhos fitam
Desse lado, meio solitário
mas daquele lado me parece que não estarão

Olhos que sonham
Olhos que imaginam
Olhos que pode atravessar o tal muro
O que tem lá eu posso ver,
mas será que posso viver?

Olhos presos
olhos que querem saltar para o outro lado e gritar “ próximo”
olhos sem desejos soberbos
olhos de desejos anônimos
Olhos que só querem um amigo
um bom amigo pra contar causos
um amigo feito ao acaso
por que que esses olhos tem de ser solidão?
Por que não é possível por no meio daquele muro um portão ?
Esses olhos anímicos que não perdem a esperança
olhos que sabem que a vida é brincar.

Caio Filipe Ribeiro